A ideia do romance ́O Sétimo Dia ́ fundamenta-se no entendimento de que Deus, o
Criador do Universo, ao invés de haver repousado em virtude do esforço produzido
nos seis dias da Criação, tivesse se valido do sábado para proceder ao exame minucioso
em tudo o que acabara de criar, ora modificando, ora corrigindo, dando-lhe novo
conteúdo e forma, bem próximos de Sua perfeição, decerto, a Humanidade não estaria
do jeito que está – numa luta ferrenha e interminável entre o bem e o mal.
Diante desse quadro, a personagem do romance ao sofrer reações provenientes da
dificuldade financeira que enfrenta, recebe abordagem de um homem, muito bem
apessoado e brilhante, que lhe diz saber de um tesouro e, uma vez que ela descubra,
porventura, quem é realmente aquele homem, a descoberta vai afastá-la das
intempéries que vive.
Até que isso aconteça, o homem e a personagem se interagem numa conjunção de
dúvidas e certezas existenciais, culpas e arrependimentos, entremeada por relatos
históricos de atrocidades e benevolência humanas, cujo desfecho provoca reflexões
sobre a essência da vida que, ambos, procuram, de maneira singular e plural, entender,
revelar, descobrir.
Dentre outras, a seguinte questão:
́Deus é bom – e tudo que é bom, é bom porque veio de Deus. De onde, então, veio o
mal, se antes de Deus não havia nada nem ninguém que não Ele? ́