Divindade de Jesus é uma pequena obra de Camilo publicada em 1865 no Porto, Em casa da Viúva Moré. A segunda edição, revista pelo autor, foi publicada em 1883, também no Porto. Passou, aparentemente, despercebida aos estudiosos, talvez pelo facto de ser uma obra de pendor teológico que reivindica a verdade da fé católica sobre todas as outras. Nesta obra, temos um Camilo anti-racionalista e apologeta dos dogmas católicos. Porquê esta reação tão veemente na altura em que autor tinha já quarenta anos de idade e mais de quarenta romances publicados, muitos deles com acérrimas críticas ao clero e à Igreja?
Em 1863 é publicada a Vie de Jésus de Renan, que originou no mundo católico muita celeuma e indignação. Será Camilo o que tomará as rédeas da indignação em Portugal e escreverá dois ensaios, um em que faz a apologia da divindade de Jesus, posta em causa pelo livro de Renan, e outro em que defende a tradição apostólica, posta em causa pela Reforma Protestante.