Por serem muitas vezes o berço de ideias influentes na sociedade, as universidades comumente são alvo de disputas entre grupos que desejam dirigir seus rumos. Em "Marcha contra o saber: o Golpe Militar de 1964 e o AI-5 na Universidade de São Paulo", é concedida ao leitor a oportunidade de conhecer o desenrolar de uma situação vivida durante o período militar numa das mais importantes universidades do país. O trabalho de Carlos Giannazi remonta com argúcia um quebra-cabeça cujas peças estiveram em conflituoso embate. O livro permite que o leitor compreenda não só a natureza da aliança entre as forças conservadoras da própria universidade e os militares, como também acompanhe a corajosa atuação de professores, funcionários e estudantes que não mediram esforços para lutar contra as posturas repressoras e autoritárias daqueles que não desejavam que a produção do saber científico fosse conduzida com independência e compromisso ético.