O Presidente da Mesa de Valores

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By Pedro Moreira Nt

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Esse texto foi escrito para uma montagem profissional nos anos 90. Ele permaneceu em movimento durante oficinas que foram realizadas em vários espaços culturais e sociais.
É de fato um texto simbólico, com várias artimanhas que necessita de um trabalho exigente que possa oferecer a clareza necessária dessa alegoria.
São jogos de imagens, de intenções modificadas utilizando a sonoridade das palavras como elemento perturbador da trama.
Como alegoria de um tempo crítico no país, trata de uma visão sintética do que seria o povo, e o sentido de democracia aguardada nos discursos como formascentrais das representações. A família como povo, a ordem convencional.
De – a mulher do presente e futuro presidente.
Didi – o passado no presente, a manutenção dos hábitos e das tradições.
Dudu – o presidente como uma entidade sem escolhas.
Dodo – o pai, o agente motivacional dessa ordem encerrada em si mesma.
Toda as ações possuem algo de construtivo, porém reprodutivo que levam à materialização do que se diz ser a autofagia.
Chama-se Presidente da Mesa de Valores porque o presidente devora o seu povo, e segue esse sentido de valoração – invertida, evidentemente – em que o povo é a própria família, em que comer é o ato de dignidade de tal organização política.
Devorar a todos que em nós se relacionam, que de alguma forma indica, mostra ser parte de nossa carne, de nossa existência.
Vemos que o texto indica movimentos, então podemos dizer há danças como ações performáticas, como por exemplo, o que realizei durante ensaios, uma cena em que o pai vê o filho em marcha, e sobe em cadeiras, na mesa, em objetos, deita-se ao chão para fotografar, eternizar esse momento. Não são cenas explicadas, diretores e atores organizam o sistema que melhor possam aproveitar a dinamizar a ação teatral.
A sonoridade das palavras estranhas casam-se com efeitos sonoros, músicas de fundo. Há em tudo cores pastéis, cores esfumaçadas, certos tons de gris, e objetos coloridos, dourados, prateados que contrastam com todo o figurino.
Todo processo cênico é posto à vista. Camarins, material de iluminação, adereços cênicos, de atores, pernas de palco. Utiliza-se como ponto de referencia uma mesa e quatro cadeiras, e demais objetos circunstantes.
As rubricas do textos tornam-se texto, significam cena e são dadas por qualquer um dos atores a cada momento. As rubricas são como toda a peça algo entre o simbolismo alegórico e o surrealismo psicológico.

O Presidente da Mesa de Valores