O texto é curto, o que está enlaçado não, o que está amarrado é longo. E o que o leitor se adiantar é maior, bem mais amplo. Não é uma pedra, mas um pedaço de mim jogado no furtivo da quebra das águas. Não derrete, nem se escoa, nem impede a próxima onda.
Esse ensaio é um conto, ou um conto que é ensaio, talvez nada mais que narrativas falaciosas de um sofismo tardio. É muita ousadia ser qualquer coisa, ainda mais alguém de elevado nível ao prumo de conhecimentos para se dizer sofista, por isso uma sofisticação de um dizer. Quanto não mais para explicar isso. Melhor filosofia do amanhecer, descontos de um objeto que não entrou na oferta, conto cuja contemporaneidade escapa.
Existir é ao mesmo tempo se por fora para se reter em dentro que se amplia, que se destina ao espaço, e tanto assim que não há outro caminho senão não-existir. A vida é essa dobradura temporal em que espaços não se definem, mas que ao interagir, ao se tocar na mesma pele afoga o tempo conhecido a uma permanência ilusória. Essa 'existencialização' em que o moribundo insiste seguir a uma existencialidade. A forma que é quase objeto se objetiva como modelo espalhado no diverso e múltiplo das relações e interações sociais. Cada um de nós seguindo a primeira premissa de existente para abrigar de uma só vez o 'não-existente'. Trata disso, dessa entrega amigalhona de pedaços de um viver que se traduz nesse desvivier a cada instante.
Aqui está o que se inicia, para todas as dúvidas.