Do sindicato livre ao atrelado pelo Estado

ebook Os metalúrgicos cariocas entre 1917 e 1945--A História pode ensinar

By Eduardo Navarro Stotz

cover image of Do sindicato livre ao atrelado pelo Estado

Sign up to save your library

With an OverDrive account, you can save your favorite libraries for at-a-glance information about availability. Find out more about OverDrive accounts.

   Not today

Find this title in Libby, the library reading app by OverDrive.

Download Libby on the App Store Download Libby on Google Play

Search for a digital library with this title

Title found at these libraries:

Library Name Distance
Loading...
O trabalho de Eduardo Navarro Stotz torna-se uma referência tanto histórica quanto teórica e metodológica para o estudo do sindicalismo brasileiro dos anos 1930. Sua reflexão se remete diretamente ao jogo da compreensão precisa da implementação de uma verdadeira engenharia política e social voltada especificamente para os operários e seus sindicatos, e o tutelamento deste pelo Estado; nos dias que correm a clave analítica se alterou, indo em direção de um mercado sem instituições controladas pelo Estado voltadas para este fim. No que toca ao estudo, o autor demonstrou com clareza e profundidade que a construção de um sindicato moldado pelo "corporativismo" não foi produto de mão única do Estado (ordenador) para o movimento operário (submisso). Sua lúcida pesquisa apontou que a formatação das inúmeras instituições trabalhistas, erigidas ao longo de toda a década, constituíram-se, sempre, num complexo processo de interações Estado-classe operária, Estado-sindicato, sindicato-classe operária, sindicato-sindicato, Estado-empresariado, sindicato-empresariado e sindicato-partidos políticos. Neste sentido, o viés narrativo do "corporativismo" puro é desconstruído pelo autor como produto da simples vontade do Estado. Tal versão, que perdura há mais de oitenta anos, é derivada da visão liberal que após a 2a. Guerra Mundial que associou o comunismo na URSS com o nazifascismo, tornando-se a base da negação contínua da legitimidade da representação sindical da classe operária. Finalmente, consagrar a compreensão da ação do movimento sindical tal como encontramos neste trabalho desmitificará qualquer narrativa da classe operária se reproduzindo pela ótica simples que a imposição analítica de modelos pré-definidos tem produzido. A leitura de "A União dos Trabalhadores Metalúrgicos na Construção do Sindicato Corporativista: 1932-1945" qualifica este segmento social como ator legítimo. Tal é o legado deste trabalho e também, acreditamos, o caminho para a busca da identidade coletiva do mundo do trabalho – objetiva e subjetivamente construídas – elemento essencial para o constante enfrentamento dos grandes desafios contemporâneos da classe operária frente ao domínio do capital. Bernardo Kocher Professor de História Contemporânea Universidade Federal Fluminense
Do sindicato livre ao atrelado pelo Estado