A Rata da Livraria, eu mesma.
É a personagem quem narra a história. Desde o início ao fim. E é a história de uma vida.
É uma livraria. Ela, a dona. Pegou a biblioteca do namorado depois da última discussão.
Depois de tantos nadas ela encontro o que desejava.
A trama carrega entre-textos que abordam os sentimentos à pele da personagem. O que é tragicômico tonta-se dramático no sentido da revelação humana, de valores e conquistas.
O livro nos leva a pensar em ultrapassar limites, em sair de situações repetitivas. A ganhar a loucura ou se desprover para recuperar ou refazer tornar real o drama da vida.
A personagem conta o fio que enlaça a narrativa, e faz do leitor o personagem criador da história. "Como se acha o discurso na esquina, alguém que fala e alguém se apropria".
"O que me faz de personagem é o que sou. Sou como você, sem nome. Sou quem me ocupo justamente, a escrever na praça. E escrevo, viajo, sonho e retorno ao tempo passado e calo-me entre espaços."
Ciente disso, os caminhos que percorre promove a pessoa que é, a que sempre foi ou poderia ter sido.
Em contar, como que encontrar a fala, transgride o universo comum para trazer o leitor para dentro de si, a lhe dizer mais que palavras, a lhe propor um passo a mais. A uma intimidade que conflui em que as ratas se manifestam, elas, apaixonadas e entregues à vida.
Pedro Moreira Nt