Em Ocidente no Oriente de Si Mesmo, João Calazans Filho conduz o leitor a uma jornada onde geografia e identidade se entrelaçam, dissolvendo fronteiras entre espaço físico e território íntimo. A narrativa, rica em ironia, lirismo e observação social, mergulha nos paradoxos de um mundo onde o Ocidente e o Oriente não são apenas conceitos geopolíticos, mas estados da alma, reflexos de cultura, memória e contradição.

Entre diálogos afiados, situações inusitadas e personagens que transitam entre o real e o alegórico, Calazans Filho revela um Brasil que carrega, em seu cerne, ecos de muitos mundos. A cidade fictícia, cenário central da trama, é palco de encontros improváveis, tensões culturais, humor refinado e reflexões sobre liberdade, poder, afeto e identidade.

Com linguagem vibrante e ritmo envolvente, o autor constrói um mosaico onde tradições se chocam e se misturam, questionando noções de pertencimento e alteridade. Mais do que uma história, Ocidente no Oriente de Si Mesmo é um convite para enxergar, no outro, fragmentos de nós mesmos — e reconhecer, nas distâncias culturais, a proximidade essencial da condição humana.