Durante décadas, ela foi tudo o que se espera de uma estrela: bela, desejada, premiada, odiada. Caminhava em saltos altos como quem pisa sobre o mundo. Decorava falas, mas preferia os improvisos venenosos. Vencia prêmios que não entendia e perdia amigos que não sentia. Ela não atuava — ela ocupava espaço.

Depois, veio o silêncio.

A fama não terminou de repente. Foi escorrendo pelos cantos da vida, como maquiagem vencida sob luz fluorescente. Os convites diminuíram. As fofocas secaram. Os aplausos viraram eco.

Hoje, ela vive num cubículo no Bronx. Uma estatueta em cima da geladeira. Uma filha que virou influencer. E uma história que ninguém mais quis contar.

Este livro é, talvez, um último close. Um close sem filtro, sem efeito, sem red carpet. Uma história de brilho e pó. De glória e pó. De gente que acreditou que seria eterna — e acordou esquecida.

Não é uma homenagem. Não é um acerto de contas. É só o que sobra quando os créditos já subiram, mas ninguém desligou a tela.