Luz contra luz

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By Georges Didi-Huberman

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Considerando o «Artigo sobre os pirilampos» de P. P. Pasolini, e a alegoria poética da luz que percorre a sua obra, G. Didi-Huberman organiza uma resposta sobre a existência crítica da visualidade, ao mostrar como a condição dialéctica das imagens se decide numa luta de luzes contra luzes. Se em Pasolini a alegoria da luz coincide com a construção de uma imagem simultaneamente estética e política, o desaparecimento dos pirilampos coincide com uma concepção «trágica» que se exprime na separação entre história e mito. Confrontam-se assim duas luzes: uma famosa, maior, que tudo ilumina sob a mesma luz, a outra infâme, mínima, que se vislumbra singular na escuridão, como a brasa de um cigarro na noite. Nesta súbita inversão energética, a análise de objetos entrevistos, mais do que iluminados - como nos exemplos de Lorca, Dalí e Eisenstein -, afirma a paradoxal condição do visível, bem como a posição fenomenológica de Merleau-Ponty implicada na tensão dialéctica do corpo que vê. Assim, a perspectiva do sociólogo, que analisa o valor de exposição, e a do fenomenólogo, que dialectiza o visível, perpetuam a extensão do conflito: o que se vê sob a luz ou enquanto luz designam diferentes processos imaginais. O que se vê na esfera do mediático exige uma luz; o que se incorpora com o olhar de outrem gera uma outra luz. Assim, a intermitência discreta dos pirilampos pode reaparecer quando neles pulsar o carácter ténue, discreto e minúsculo, que os torna portadores do desejo iluminante. É pois na estética de Goethe e na de W. Benjamin, nas «imagens-desejo» de E. Bloch ou nas Minima Moralia de Adorno, que Didi-Huberman entrevê a alegoria da esperança; posição imaginativa, crítica e eminentemente política que se manifesta na alegoria pasoliniana.

Luz contra luz