Dizer e Pensar uma Vida para Além do Que o Colonialismo de Ocupação Fez

ebook UCG EBOOKS

By Samera Esmeir

cover image of Dizer e Pensar uma Vida para Além do Que o Colonialismo de Ocupação Fez

Sign up to save your library

With an OverDrive account, you can save your favorite libraries for at-a-glance information about availability. Find out more about OverDrive accounts.

   Not today

Find this title in Libby, the library reading app by OverDrive.

Download Libby on the App Store Download Libby on Google Play

Search for a digital library with this title

Title found at these libraries:

Library Name Distance
Loading...

Neste breve e urgente ensaio, Samera Esmeir confronta-se com a ordem discursiva do mundo liberal, impregnada de impensados coloniais de ocupação (settler colonial). Ao analisar o interior da linguagem e as formas de poder que instituem a sua difusão generalizada, a autora verifica que, de um modo natural e espontâneo, se condena e criminaliza os palestinos e a sua existência. Na sequência dos acontecimentos recentes, não são apenas os horrores dos ataques do Hamas que são amplificados como também a exclusão patente de qualquer referência dignificante aos palestinos e ao seu direito à vida.

Neste sentido, a autora recorda o quadro histórico das atrocidades cometidas por Israel sobre a Faixa de Gaza: desde a destruição que foi necessária para a criação do território israelense, a partir de 1948, até às expulsões programadas para a constituição de uma civilidade israelense. Em nome desta civilidade, o regime militar de Israel e a sua politica colonial de ocupação foram, e são, responsáveis pelo desaparecimento dos sujeitos palestinos, enquanto entidades cívicas. A estes foi-lhes e é sonegada qualquer possibilidade de cidadania, de autonomia e defesa. Os «territórios ocupados» da Faixa de Gaza e da Cisjordânia tornaram-se pois um plano de activação do poder militar israelense, que permitiu evitar «que a violência da ocupação se intrometesse na vida civil israelense normalizada». A injustiça do discurso colonial continua por isso a afirmar os seus direitos e reivindicações, os seus termos e formas da qual se exclui a justa luta pela cidadania e território palestino. Torna-se claro que a vida civil não pode senão continuar a lutar contra o domínio colonial, e procurar destruir as condições de confinamento e privação, de limpeza étnica, fundamentais para a normalização da colonização. Trata-se, por fim, de criar uma abertura na linguagem, na política e na ética, uma observância do direito que está para lá da «ordem internacional» e dos imperativos de uma cartografia colonial.

Dizer e Pensar uma Vida para Além do Que o Colonialismo de Ocupação Fez