Lavores de Ana

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By Ana Cláudia Santos

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«Com cada mulher, nasce uma clepsidra.» Auspiciosa estreia na ficção longa, Lavores de Ana é delicado e livre, audaz e desassossegado. Uma narrativa movida pela inquietação, a melancolia e o fulgor. «Foi, até certa idade, a minha história: uma juventude fértil em paixões, sem Deus e sem pecado; a sensação de ser fêmea sempre presente; uma necessidade involuntária de seduzir; a volúpia de me ver sempre através de olhos diferentes. E o que hoje penso é que uma mulher pode fazer amor com quantos homens queira, contanto que não o faça por falta de amor-próprio.» Nápoles e Lisboa. O fim da juventude e o começo da idade adulta. Uma mulher entre dois países e entre duas idades: assim é Ana, moderna nas liberdades do corpo e anacrónica no que lhe alimenta o espírito. Lavores de Ana, história de uma travessia, é também um divertimento: seduz o leitor com cenas entre amantes, passeios de motoreta no Verão meridional e vistas bucólicas para o Vesúvio; serve-se da mística da viagem, do louvor da feminilidade, da simplificação da liberdade; joga ardilosamente com a sobreposição dos nomes próprios de autora e narradora. E, contudo, sabemos que autora e narradora não coincidem, que o delírio amoroso esbarra em famílias conservadoras ou na falta de dinheiro, que as festas pagãs não bastam para calar sermões de padres ou comentários de vizinhas. E sabemos que a liberdade, para as mulheres, tem o tempo contado. Não sabemos, no entanto, quem é Ana. Auspiciosa estreia de Ana Cláudia Santos na ficção longa, Lavores de Ana equilibra-se magistralmente entre o clássico instantâneo e a condição volátil de um sonho inventado. Os elogios da crítica: «Em Lavores de Ana, Ana Cláudia Santos disseca a experiência de viver (em) Nápoles, dominada pela pergunta: a quem pertences? [A narradora] está toda ela do lado da voz baixa, da contenção, do desânimo. O desejo sexual é aqui abordado com tanta intensidade quanto pudor. E a questão angustiosa da gravidez manifesta-se, em certa medida, como subjugação social da feminilidade à maternidade.» Pedro Mexia, Expresso «Lavores de Ana é um daqueles livros de estreia que não enganam: o anúncio de uma escritora inteira.» Bruno Vieira Amaral «Nápoles. Ana, mulher portuguesa, estende a roupa na varanda, quando, por acidente, as portadas de dentro se fecham deixando-a presa ao ar livre. A vizinhança, toda solidariedade e alguma perícia, acode. Desde então, Ana passa a ser Annarè, 'a que ficou fechada na varanda, a portuguesa, a forasteira'. Este começo seria desperdiçado se, entre Ana e Annarè, entre a varanda e a casa, entre mais do que uma língua, não decorresse todo o percurso da educação sentimental que faz a singularidade deste pequeno livro.» Abel Barros Baptista «A escrita de Ana Cláudia Santos sabe o segredo tão difícil da simplicidade. Leva-nos pelas feridas da beleza e do desalento como se não fosse nada. E, no silêncio que se abre entre duas línguas, duas palavras, dá-nos a ver a cidade que ficou para trás e a mulher que ficou para a frente. Lavores de Ana é um belo livro.» Jacinto Lucas Pires «Lavores de Ana começa numa quase cena de comédia, com a protagonista fechada numa casa que não é sua, num país que não é seu, a pedir ajuda aos vizinhos, na língua a que se entrega como quem se entrega a um amor. Um grande começo, num livro feito de regressos: à cidade de Nápoles, às tensões entre a casa e o mundo e entre a vida do corpo e a vida dos prédios, e às línguas que sentimos como estranhas e serão um dia aquilo a que chamamos casa.» Clara Rowland
Lavores de Ana