O suicídio, concebido durante muitos séculos, na esteira do pensamento clássico, como um exercício de liberdade e até de libertação, foi reduzido, à luz da psiquiatria das últimas décadas, a uma mera patologia mental. No entanto, tal redução é uma simplificação de um dos aspetos mais decisivos da experiência humana: a dor.
Em «Semper Dolens», Ramón Andrés, um dos grandes escritores espanhóis do nosso tempo, escreveu um ensaio histórico que é, ao mesmo tempo, uma reflexão profunda, filosófica e poética sobre a nossa condição e as diversas formas da nossa fragilidade. Uma viagem de que se sai com mais vontade de viver do que nunca — sintoma de que padeciam os nossos maiores suicidas.