Física quântica. O que os cientistas não dizem

ebook As implicações de uma teoria que gera perspectivas incríveis, capazes de mudar a visão do mundo.

By Bruno Del Medico

cover image of Física quântica. O que os cientistas não dizem

Sign up to save your library

With an OverDrive account, you can save your favorite libraries for at-a-glance information about availability. Find out more about OverDrive accounts.

   Not today

Find this title in Libby, the library reading app by OverDrive.

Download Libby on the App Store Download Libby on Google Play

Search for a digital library with this title

Title found at these libraries:

Library Name Distance
Loading...

A física quântica é, sem sombra de dúvida, uma das disciplinas mais fascinantes e controversas do nosso tempo. Embora muitos tenham ouvido falar dela, poucos compreendem realmente o seu carácter revolucionário. Há um aspeto da física quântica que raramente é discutido, um aspeto que muitos cientistas ligados a uma visão materialista do mundo preferem ignorar ou menosprezar: as suas implicações metafísicas.

Mas o que é a metafísica? Este termo, frequentemente associado a algo esotérico, tem, de facto, raízes sólidas na filosofia ocidental. Para Aristóteles, "metafísica" significava o estudo do ser enquanto tal, a procura das causas últimas da realidade. Não se trata, portanto, de uma especulação abstrata, mas de questões fundamentais: o que é o mundo? O que é que significa "existir"?

Hoje em dia, a física quântica obriga-nos a rever estas questões num contexto novo e alucinante.

Na base da física quântica está uma descoberta surpreendente: o mundo, quando observado à escala subatómica, não se comporta como seria de esperar. As partículas subatómicas - electrões, fotões e outras unidades fundamentais - parecem viver numa dança imprevisível, onde reinam a incerteza e a probabilidade. A equação central da teoria quântica, a equação de Schrödinger, descreve esta dança como uma onda de probabilidade. As partículas, que imaginamos como corpúsculos sólidos, não o são de facto. Cada partícula tem "a probabilidade" de existir ou, melhor, pode potencialmente estar num número infinito de estados "sobrepostos", mas não num estado definido. Quando é que esta situação muda?

As ondas de probabilidade parecem "colapsar" na realidade definida apenas quando são observadas. Por outras palavras, o que acontece no mundo quântico depende da intervenção de um observador. A partícula só se transforma num corpúsculo na sequência de uma observação. Max Planck, um dos pais da física quântica, apercebeu-se deste facto desde o início. Em 1931, declarou:

"Considero a consciência como fundamental. Considero a matéria como derivada da consciência."

Uma experiência emblemática da física quântica é a da dupla fenda. Imagine que dispara partículas - como electrões - contra um ecrã com duas fendas. Se não observarmos o que acontece, as partículas criam um padrão de interferência, ou seja, comportam-se como ondas sobrepostas. Mas se observarmos por que fenda passa cada partícula, o padrão muda: as partículas comportam-se como objectos sólidos e já não como ondas.

Esta experiência, realizada pela primeira vez por Thomas Young no século XIX e depois reinterpretada numa chave quântica, deixa-nos sem palavras. Como é que uma observação pode alterar o comportamento de uma partícula?

Para o materialismo científico, afirmar que o observador desempenha um papel na realidade não é apenas herético; é uma ameaça a todas as suas certezas. De facto, a ciência materialista vê o universo como algo separado, "lá fora", independente de qualquer interação com os seres vivos. A ideia de que o observador é parte integrante do processo quântico abre a porta a reflexões profundamente metafísicas: que papel desempenha a consciência no universo? Isto traz a consciência - a presença de um observador consciente - de volta ao centro do fenómeno.

Outra implicação intrigante da física quântica é a hipótese dos "muitos mundos". De acordo com esta teoria, proposta por Hugh Everett em 1957, sempre que ocorre um acontecimento quântico, o universo "bifurca-se" em universos paralelos. Desta forma, todas as possibilidades se realizam, mas em mundos diferentes.

Se esta teoria estivesse correta - e continua a ser objeto de um intenso debate - significaria que existem infinitos...

Física quântica. O que os cientistas não dizem