O Volume V de Os Miserábles leva o romance a uma conclusão poderosa e desoladora, entrelaçando temas de revolução, sacrifício e redenção. Com o colapso da Revolta de junho, Jean Valjean salva Marius ferido e foge pelos esgotos de Paris, uma viagem angustiante que simboliza o seu julgamento final. Entretanto, Javert, confrontado com o insuportável conflito entre o dever e a misericórdia, acaba por se suicidar, incapaz de conciliar a bondade de Valjean com o seu rígido sentido de justiça.

Com Marius recuperado e reunido com Cosette, Valjean começa a afastar-se das suas vidas, acreditando que o seu passado como condenado irá manchar o seu futuro. Marius, inicialmente alheio aos sacrifícios de Valjean, distancia-se até descobrir a verdade - que Valjean o salvou de uma morte certa. Dominados pela culpa, ele e Cosette correm para o lado de Valjean, enquanto o velho, agora frágil e próximo do fim da vida, aguarda calmamente o seu destino.

Numa cena final profundamente comovente, Valjean encontra paz na presença de Cosette, confessando o seu passado e oferecendo as suas últimas palavras de sabedoria antes de morrer. Hugo encerra o romance com uma meditação sobre o amor, a perda e a passagem do tempo, à medida que a sepultura não marcada de Valjean se desvanece na obscuridade. O volume serve como uma reflexão pungente sobre a justiça, a graça e o poder duradouro do amor altruísta.