A Vida Sexual

ebook Homossexualidade · Clássicos de Literatura Gay

By Egas Moniz

A Vida Sexual

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"A Vida Sexual", do prémio Nobel português, o professor doutor Egas Moniz, teve 19 edições até ser censurada pelo Estado Novo, em 1933. Foi simultaneamente um influente manual de medicina e um livro de leitura popular, contribuindo de forma decisiva para a construção das noções de sexualidade normal e patológica em Portugal.

Esta nova edição, revista e anotada, contém o capítulo dedicado à "Homossexualidade" do volume II de "A Vida Sexual", bem como o índice de cada um dos volumes e os respetivos preâmbulos e a introdução ao volume II.
No que concerne à homossexualidade, Egas Moniz defende que se trata de uma perversão do instinto sexual e uma repugnante doença com origem na educação e na sociedade: "O uranista vive ao nosso lado e pertence a todas as classes. O amor heterossexual é atributo geral da nossa espécie, mas a homossexualidade é vício que pertence a todos os graus da escala social."

Não obstante, o autor reconhece que as tendências homossexuais não são um exclusivo da raça humana, e que tais "anomalias" entre humanos "foram observadas em todas as épocas e em todos os países, mesmo em indivíduos que ignoravam completamente o que em outros se praticava, e sempre com os mesmos caracteres que se têm identificado num grande número de biografias e autobiografias".

Tratando-se de uma doença, Egas-Moniz considera que deve ser tratada. "É repugnante a doença? Decerto, mas o médico que entra na prática clínica não deve ter repugnâncias. Tem uma missão a cumprir: tratar doentes. (...) Ora, o uranista é um doente e, geralmente, um inútil, porque é estéril, e nós devemos lutar pelo nosso bem‑estar e pelo da sociedade."

Apesar de recomendar a profilaxia, defendendo o fim da separação das escolas por sexos, e o tratamento, sobretudo por sugestão e hipnose, refere que "para a saúde do homossexual são mais saudáveis as práticas da inversão do que as relações heterossexuais que, por vezes, pode realizar experimentando uma extraordinária fadiga com incompleta satisfação genésica."

Fernando Curopos considera que "os investigadores da geração seguinte [à de Adelino da Silva, o autor do primeiro livro de medicina sobre homossexualidade, de 1895], os psiquiatras António Egas Moniz, que publica, em 1902, A Vida Sexual, a que se seguiu um ano depois o estudo de Albano Pereira dos Santos, Perversão Sexual, não farão muito melhor que dar a ler em português as mais recentes teorias de autores franceses, alemães e ingleses sobre a homossexualidade e as sexualidades não normativas."

A Vida Sexual