A terceira idade é a fase terminal da vida, caraterizada pelo angustiante abandono social à velhice. Os monólogos são inevitáveis pela (cada vez maior) ausência de partilha - principalmente a relacional. A solidão adquire especial protagonismo no quotidiano. O medo de quase tudo é o que a mente idosa mais encerra. As questões metafísicas são "abraçadas" com fervor, na tentativa de acalmar a incerteza que paira quanto ao futuro; prestes a não acontecer. Neste estágio temporal a catarse "peregrina" é inevitável. A intenção é realizar uma reprise ao passado, de modo a perpetuar memorialmente aquilo que de bom aconteceu. Vida e morte passam a digladiar-se surdamente em cada esquina do dia a dia. Parafraseando Vladimir Maiakóvski, não é difícil morrer nesta vida. Viver é muito mais difícil. A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.