Não há heróis nem vilãos. O bem e o mal coexistem dentro de todos. «Púa, sou eu. Resta-me pouco tempo. Preciso de ti.» Com esta mensagem inesperada, o passado regressa para abalar a vida de um antigo agente secreto, quando este já não tem o escudo da sua organização. Participou na guerra suja do Estado, convicto da sua causa: a defesa de uma sociedade democrática e das vítimas inocentes contra a violência terrorista. No entanto, o tempo passou, nem tudo correu bem, o sentido de justiça parece distante... e Púa já não consegue abandonar o seu lado sombrio. A mensagem enigmática que acaba de receber chama-o de volta àquilo que um dia foi. Deitado na cama de um hospital, Mazo precisa que o seu velho camarada Púa o ajude numa missão muito pessoal, que ele já não pode assumir. A sua filha está em perigo e ele tem de a afastar da vida que leva e dos que a rodeiam, custe o que custar. Só alguém como Púa é capaz de ir até ao fim para o conseguir. O telefonema do amigo leva-o de volta aos dias em que vivia no limite, à memória dos seus atos e às sombras da sua própria natureza. Lorenzo Silva, um dos grandes nomes da literatura contemporânea espanhola, traz-nos um thriller arrebatador acerca da condição humana. Púa explora os efeitos irreversíveis que ocorrem quando certos limites são ultrapassados.