Em Outras formas de ser humano, dez escritores ibero-americanos imaginam cenários de ficção científica para falar sobre um presente em mutação e um futuro incerto. Como serão nossas vidas com o desenvolvimento vertiginoso da IA, a progressiva deterioração ambiental, o crescente sentimento de solidão em um contexto de hiperconectividade, a desintegração dos vínculos e o caos emocional? Nessas histórias, os sonhos de eficiência e bem-estar prometidos pelos avanços tecnológicos parecem ser despedaçados e revelam seu lado menos luminoso. Uma IA conectada à natureza assume o controle e estabelece suas próprias prioridades. Outra, projetada para imitar Dostoiévski, cai na espiral de seus piores vícios. Uma estação espacial, depois de um tempo excessivamente longo, parece mais um limbo para os astronautas do que a base de uma missão autêntica. O holograma de um bebê gigante testa a empatia de uma cidade e desperta uma preocupação real. Em outros casos, a realidade virtual não consegue evocar o sentimento desejado. Dispositivos sofisticados prometem inclusão, experiências sensoriais agradáveis ou a possibilidade de reviver o passado, mas acabam acentuando o que estavam tentando atenuar ou cruzando os limites de toda ética. Um livro imaginativo e diversificado que explora o que está por vir, ou talvez o que já nos alcançou e ainda não conseguimos ver. Um espelho que reflete nossa humanidade de forma inesperada, por vezes perturbadora, e ao mesmo tempo uma realidade em mutação que transforma nossas subjetividades, nossas relações, construindo ou apagando sentidos, criando outras formas de ser humano.