A rigor, a religião está no centro nevrálgico dos atos que tomaram conta do cenário mundial, seja no que ocorreu na ex- Iuguslávia e Afeganistão ou no que ocorre na Palestina e Iraque. E, ainda que não substitua a instância política, econômica e cultural, a religião responde pelas mais profundas motivações, gerando no seio social a mística geradora da força em todas as suas dimensões e que, em determinadas circunstâncias, outorga as justificativas tanto para a guerra quanto para a paz, ventila Leonardo Boff. Portanto, é pertinente olharmos o 11 de Setembro por uma nova perspectiva, irmos aos interstícios das ações e reações que se desencadearam a partir daquela Terça- Feira Sangrenta, e decodificar as mensagens subliminares ali existentes, ou seja, a imposição de ideias fundamentalistas sobre a Liberdade, tanto no que tange a concepção de Bush, quanto o entender doentio que movia Bin Laden, ambos lançando mão do nome de Deus como legitimação dos atos bélicos: "A luta é do bem contra o mal. Deus salve a América" (George W. Bush). "A América foi atacada por Deus. Graças e gratidão a Deus" (Bin Laden).